PORCÂT?
byJTorquato/maio/2020.
Não me lembro de ontem, nem sei como vim parar aqui, mas
sei que minha mamãe é diferente de mim, ela é grandona, fica ereta em suas duas
patas, tem pelos compridos lindos na cabeça, olhos maravilhosos e um coração
grande, tem umas cores lindas em seu redor, chamo-a de mamãe linda, porque é,
não é todo humano que é lindo assim.
Me dava umas águas ruins para eu beber, e eu tinha
certeza que era para meu bem, não faltava carinho e muita comida no depósito
para eu comer, era de uma ternura alucinante, eriçava meus pelos quando
acariciava minha cabeça e minhas orelhas, eu ronronava baixo e macio, miava e
deitava a cabeça em seu colo, dormia...
Um dia, pegaram minha linda mãezinha e colocaram numa
caixa, nãonas caixas de brinquedo que mamãe nos dava, mas numa caixa grande, de
depois impiedosamente fecharam a caixa com um barulho infernal. Aliás, barulho
era a marca daqueles humanos que viviam em torno dela. Pegara a caixa pelos lados
e vários humanos masculinos saíram levando minha linda mãezinha, dolorosamente
solitária e fechada naquela maldita caixa. Eu fui olhar, e eles colocaram
naquele negocio que anda sozinho, tem rodas e faz um barulho dos infernos.
Eu tinha certeza que nunca mais eu ia ver minha linda e
terna mãezinha.
Tentei agradar um dos humanos cumprimentando-os, roçando
suas patas vestidas com pano. Senti uma forte dor no estômago, fui jogada
contra a parede e cai no chão, gritei, chorei, sai correndo apavorada e me
escondi debaixo do fogão. Eles me acharam e colocaram-me junto com meus amigos,
numa caixa e também fecharam a caixa, sendo esta bem menor que a caixa onde
minha mãe estava.
Quando abrimos a caixa para fugir, notamos que já era
noite, estávamos com sede e com fome, tinha passado a hora de nossa mãezinha colocar
os alimentos nas bacias, e água também, sentimos a falta dela nos chamando para
comer. Fazendo caretas e barulhinhos esquisitos e falando macio para nós. Fazia
frio, a fome, o frio, a sede, o medo tomou conta de todos nós. Saímos a caçar
algo para beliscar, era um lugar esquisito, fedia a lama e a excremento humano,
era úmido e descobrimos água para beber, mas era escura e pastosa, mas nossa
sede era maior, havia muitas baratas e fizemos a festa.
Nós saímos mais para longe sempre a caçar mais comida,
não contávamos que o troço que anda com rodas e barulhento era também nosso
inimigo, e numa tacada só, passou por cima de vários de nós, eu fui atingida,
mas sai capengando, aí apareceu um lindo humano pequeno, filhote, que veio me
salvar.
Pegou-me, me acariciou, e me jogou contra um poste de
Luz, apaguei.
FIM DA PARTE UM
PORCÂT?
byJTorquato/maio/2020.
Não me lembro de ontem, nem sei como vim parar aqui, mas
sei que minha mamãe é diferente de mim, ela é grandona, fica ereta em suas duas
patas, tem pelos compridos lindos na cabeça, olhos maravilhosos e um coração
grande, tem umas cores lindas em seu redor, chamo-a de mamãe linda, porque é,
não é todo humano que é lindo assim.
Me dava umas águas ruins para eu beber, e eu tinha
certeza que era para meu bem, não faltava carinho e muita comida no depósito
para eu comer, era de uma ternura alucinante, eriçava meus pelos quando
acariciava minha cabeça e minhas orelhas, eu ronronava baixo e macio, miava e
deitava a cabeça em seu colo, dormia...
Um dia, pegaram minha linda mãezinha e colocaram numa
caixa, nãonas caixas de brinquedo que mamãe nos dava, mas numa caixa grande, de
depois impiedosamente fecharam a caixa com um barulho infernal. Aliás, barulho
era a marca daqueles humanos que viviam em torno dela. Pegara a caixa pelos lados
e vários humanos masculinos saíram levando minha linda mãezinha, dolorosamente
solitária e fechada naquela maldita caixa. Eu fui olhar, e eles colocaram
naquele negocio que anda sozinho, tem rodas e faz um barulho dos infernos.
Eu tinha certeza que nunca mais eu ia ver minha linda e
terna mãezinha.
Tentei agradar um dos humanos cumprimentando-os, roçando
suas patas vestidas com pano. Senti uma forte dor no estômago, fui jogada
contra a parede e cai no chão, gritei, chorei, sai correndo apavorada e me
escondi debaixo do fogão. Eles me acharam e colocaram-me junto com meus amigos,
numa caixa e também fecharam a caixa, sendo esta bem menor que a caixa onde
minha mãe estava.
Quando abrimos a caixa para fugir, notamos que já era
noite, estávamos com sede e com fome, tinha passado a hora de nossa mãezinha colocar
os alimentos nas bacias, e água também, sentimos a falta dela nos chamando para
comer. Fazendo caretas e barulhinhos esquisitos e falando macio para nós. Fazia
frio, a fome, o frio, a sede, o medo tomou conta de todos nós. Saímos a caçar
algo para beliscar, era um lugar esquisito, fedia a lama e a excremento humano,
era úmido e descobrimos água para beber, mas era escura e pastosa, mas nossa
sede era maior, havia muitas baratas e fizemos a festa.
Nós saímos mais para longe sempre a caçar mais comida,
não contávamos que o troço que anda com rodas e barulhento era também nosso
inimigo, e numa tacada só, passou por cima de vários de nós, eu fui atingida,
mas sai capengando, aí apareceu um lindo humano pequeno, filhote, que veio me
salvar.
Pegou-me, me acariciou, e me jogou contra um poste de
Luz, apaguei.
FIM DA PARTE UM
Nenhum comentário:
Postar um comentário